terça-feira, 29 de outubro de 2013

Educação a Distância: novos caminhos, novos desafios



As novas Tecnologias da Informação e das Comunicações (TICs) tem favorecido um crescimento muito rápido da Educação a Distância (EaD) em todas as partes do mundo. Esta nova modalidade educativa proporciona uma ampla perspectiva sobre a democratização da Educação, expandindo e dinamizando o acesso ao conhecimento, as oportunidades laborais e aprendizagens para a vida.

A  EaD se configura como uma inovação que requer um perfil proativo do educando, uma vez que este constrói seu conhecimento, com flexibilidade quanto ao ritmo, tempo, espaços, uso de mídias, linguagem e processos de desenvolvimento de habilidades, competências, atitudes e hábitos de estudo. Trata-se, portanto, de uma opção importante para a formação continuada, aceleração profissional e oportunidade de conciliação entre estudo e trabalho.

            Toda novidade e mudança gera desconforto e desconfiança, sendo assim no campo educacional isso não ocorre de modo diferente. O modelo de EaD rompe com o tradicionalismo, sobretudo quando a relação professor-aluno que passa ser construída por meio de um processo de mediação, que acontece na maior parte do tempo à distância, mas não de forma menos eficiente quanto ao suporte e atenção às necessidades do aprendiz, que interage com professores e tutores ao longo de todo curso.  As críticas existentes dizem respeito principalmente a separação entre professores e alunos, justamente por uma hipotética situação que afeta as relações de ensino e aprendizagem. Entretanto, o que se observa, com a expansão de cursos EaD, é que a distância física, e muitas vezes atemporal, também ocorre nas aulas presenciais, já que muitas vezes o aluno está presente na aula, mas ligado em outras atividades, seja conversando, usando o celular ou Internet, entre outros. Esse fenômeno é chamado de distância transacional, e reforça a ideia de que o modelo apresentado ao contrário do que se pensa envolve os sujeitos numa ação participativa e integrada, tornando o aproveitamento de estudos, bem como a qualidade de ensino, significativamente relativos ou superiores aos moldes tradicionais.

No Brasil há uma grande defasagem no campo educacional, de modo que os cursos EaD tem contribuído, apesar da recente explosão de oferta e procura, positivamente com muitas áreas, como por exemplo: educação continuada, treinamento em serviço, formação supletiva e/ou profissional, qualificação docente, especialização acadêmica, complementação dos cursos presenciais, entre outros.

Em geral, os cursos EaD são atrativos e dinâmicos, permitindo ao estudante inúmeras possibilidades de exploração em atividades síncronas, como participação em Chat, videoconferências, webconferências, mundos virtuais, games multiusuários e outros, e/ou em atividades assíncronas, como fóruns, exercícios, questões desafiadoras, desenvolvimento de projetos, web quest e outros. Ainda, os cursos contam com um sistema de gestão e operacionalização específicas, além de produção e desenvolvimento de materiais intencionalmente organizados para fins didáticos.

Diante do exposto, pensar um conceito em Educação a Distância implica em refletir sobre as mais diversas possibilidades que o universo tecnológico nos oferece atualmente, inclusive quanto a convergência de mídias. Vivemos uma explosão de mudanças, tanto na acomodação das gerações advindas dos modelos tradicionais de Educação, quanto das novas gerações, chamadas de gerações nativas, cujo domínio das ferramentas tecnológicas se processam com uma funcionalidade natural e própria das gerações contemporâneas.

São muitos os desafios que se colocam a frente do compromisso ético de se educar a distância, o qual esteja longe de um processo massificador, mesmo sendo direcionado para uma contingência de grandes proporções. Essa transmutação tecnológica nos leva a conquista de novas linguagens, novos aspectos culturais, pedagógicos, operacionais, financeiros, de gestão, criatividade e formação profissional para lidar com a diversidade do mundo virtual.

Enfim, sem a pretensão de esgotar os primeiros passos de conhecimento sobre o tema, esperamos superar as dificuldades ainda existentes no contexto de acesso as TICs, com o intuito de construir caminhos inovadores na busca pela qualidade de ensino, valorizando as ferramentas da EaD e seus fins para todo o sistema educacional brasileiro.

Texto escrito por Eliane Morais de Jesus Mani

Outubro/2013

2 comentários:

  1. O compromisso ético daquele que educa a distância é o de desenvolver um projeto humanizador, capaz de livrar o cidadão da massificação, mesmo quando dirigido a grandes contingentes. Para isso, é preciso ter como foco a aprendizagem do aluno e superar a racionalidade tecnológica que valoriza meios em detrimento dos fins.

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  2. Moran, no texto Mudanças na educação superior presencial e a distância, propõe mudanças para as instituições de ensino superior pequenas ou grandes no sentido de assumirem o mesmo modelo de currículo e oferta para presencial e EDA, que abordem um projeto estratégico único e integrado, que permita sinergia entre equipes, metodologias, conteúdos, infraestrutura, marketing, facilitando a migração de uma modalidade para a outra, oportinuzando algumas disciplinas comuns e os professores podendo participar das duas modalidades e ter maior carga docente. Rompendo paradigma....

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